Contexte

O Porco Bísaro é uma raça autóctone produzida em regime semintensivo, onde os animais são criados para serem comercializados como leitões ou porcos de engorda e existem ainda nas explorações animais reprodutores. É uma raça com baixa taxa de crescimento pelo que a idade ao abate é relativamente tardia em comparação com sistemas industriais de produção. É frequente o abate de animais depois da puberdade o que traz alguns aspetos negativos ao sistema de produção:

1. O aumento da interação social entre animais nos grupos acarreta lutas, interfere com o ritmo alimentar e o rendimento produtivo do grupo;

2. A ciclicidade regular das fêmeas, a manifestação de cio e as alterações comportamentais que o acompanham interferem com o seu ritmo alimentar;

3. Como em muitas explorações não se pratica a separação física dos lotes por género, a coabitação de machos e fêmeas de pouca idade, favorece a beneficiação e a obtenção de gestações muito precocemente, o que interfere também com o ritmo de crescimento destas fêmeas e favorece o emagrecimento acentuado destas mães no final do desmame, comprometendo a qualidade do produto acabado;

4. Favorece a incidência de carnes com “cheiro sexual”, por acumulação de androsterona e escatol na gordura.

Isto levou a que alguns produtores tomassem a iniciativa de administrar progestagénios exógenos como supressores de cio, o que coloca um risco acrescido de resíduos na carcaça, e configura risco involuntário para a saúde pública, caso os prazos de segurança não sejam devidamente cumpridos.

Assim a identificação de métodos não cirúrgicos de supressão da atividade reprodutiva eficazes, transversais ao segmento masculino e feminino, permitiria desenhar os protocolos mais adequados a cada situação e segmento da população.